sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Apelo

     Sento à beira de um rio. Luar refletido as suas margens. Ao fundo ouve-se um tropicália bagunçada. Som antigo, cantado por antigos músicos antes boêmios - hoje famílias. As vezes parece que se vive ou se viveu várias vidas. Mas não vivemos? Vivemos a vida de outros por medo de viver as nossas. Necessidade do outro. Mas esse outro está dentro de nós, refletimos nele o que queremos ou o que repudiamos, e só assim nos achamos.


     Esquecemos os rituais mais antigos, aqueles que diziam que somos todos um, que tudo é Um. Será que esquecemos os ancestrais ensinamentos, ou só facilitamos a nossa existência? Podemos viver desunidos, cada qual buscando seu intento, afastando o saber de que todos dependemos de todos e da sobrevivência da natureza? Já se escutam ecos, meio capitalizados, da volta à preservação. Mas esses ecos não incluem o mútuo crescer, só o crescer, o progressismo de uma era fria - cinza- de uma natureza enclausurada, do excesso de reclusão.


     É meu amigo...só nos resta uma certeza, é preciso acabar com a indiferença; é preciso paciência, amor, respeito. Vamos ouvir de novo o que nos dizem os velhos, de tempos passados. Talvez aí se ache a solução para podermos viver tranquilos, conciliados com a natureza. A busca da felicidade está na nossa frente, basta a vontade de trilhar o longo caminho. Mas não tentamos chegar ao final, como aqueles velhos nos diziam: o importante é o caminho e não o seu fim.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Dica da semana!

Os Cimos - Primeiras Estórias - João Guimarães Rosa
Acho que os ventos estão soprando minha primaveras rápido demais. A vida me parece tão gélida. Não vejo mais os antigos redutos das letras, cheiro de livros velhos, da sensação de aventura e curiosidade de um rapaz solitário a garimpar volumes - tornam-se todos bytes e mais bytes de informação.