terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Existir ou não Existir, eis a questão.


    É realmente muito regozijo para o homem afirmar: "Eu sou!". Porém é extremamente difícil, nos tempos em que vivemos, que essa afirmação não imponha a sua existência sobre a existência de outrem. Muitos vão dizer que isso é maldade, vilanismo; mas não deixa de ser somente uma consequência do sistema excludente e materialmente impositivo ao qual estamos subjulgados. É triste dizer que para existirmos, buscando nossa felicidade, temos - incoscientemente, ou não - que destruir a felicidade de um ser tão existente quanto nós mesmos. O que fazer então? Aceitar a vilania do sistema? Revoltar-se contra ele? Gostaríamos muito de ter a solução. Mas e se a solução for justamente essa confusão? Tese e antítese. Bem e mal. Ser e Fera. Confundamo-nos portanto. Quem sabe assim algum dia alcancemos a síntese!

Um comentário:

  1. Tenso, nunca pensei nisso. Confesso que imaginei sua idéia como uma parede que cresce e encerra, dentro dela mesmo, o "eu" a partir do momento que nasce o "sou". Cabe aqui aquela máxima, já bem popular, de que "meus inimigos não reconhecerão, ao passo que a meus amigos não precisa que eu diga"... Talvez uma forma de exibir a proteção - podendo facilmente pecar pela futilidade, quem sabe - de uma sociedade selvagem que lhe vê apenas por fora, apenas pelo instante daquele olhar rápido, apressado, estressado e pouco observador mas muito julgador, que não se importa por nada além do "sou" do outro. Ou talvez uma criação familiar em que busca no hábito a qualidade do padre. Se sociedade ou família, eu não sei.

    Mas aposto que o "sou" não vai sair tão cedo de nossa vida... Por enquanto, é a melhor forma de se manter "firme" na areia movediça da cotidiano atual. Vc vai afundar, mas enquanto a cabeça estiver pra fora esguelando por "eu sou", ainda o corpo terá em quem crer. Morto, mas crente. Raul não perdoa e faz vc agonizar "... foi tão facil conseguir, agora lhe pergunto 'E daí?'". Só que dentro da areia, vc não "...terá uma porção de coisas pra conquistar.." e vai ficar "ai parado...". O "sou" te sobrevive pra fora, mas também te mata pra dentro. Vc não sai da areia, nem pula o muro.

    ResponderExcluir